Entrevista com a aluna do GEI Thais

16/06/2013 21:57

    Confira abaixo a entrevista realizada com a aluna do nosso curso, Thais do 3º período, que fez uma apresentação teatral no HCTCO. Ela nos contou como foi sua experiência quando participou do GEI e como foi à apresentação no hospital.

 

Como foi para você participar do GEI Pedagogia Hospitalar?

Assim, quando eu fui aplicar o projeto, eu não estava nos meus dias mais felizes... Eu tinha acabado de passar por um momento muito complicado e cheguei a falar com a professora Gicele que eu não poderia mais aplicar o projeto. Porém, ela me deu força, me animou e eu decidi entrar. Quando cheguei lá, percebi que por maior que sejam os seus problemas, tem sempre alguém passando por um muito pior do que o seu. E eu tinha que estar pronta pra ouvir as crianças e perceber qual era as aflições deles e tudo mais. Dali percebi o quanto é importante você humanizar as pessoas. O GEI foi excelente.

 

O que este GEI acrescentou na sua formação?

Eu não fazia ideia do que era na verdade a Pedagogia Hospitalar. A princípio, pensei que a função do pedagogo no hospital seria na parte administrativa ou alguma coisa parecida. Ao fazer o GEI, percebi que é muito, além disso. O pedagogo deve se envolver com as crianças deve proporcionar momentos onde a criança se distraia. No GEI eu li um texto "Humanização Hospitalar", cujo autor eu não me lembro no momento que diz que a criança no ambiente hospitalar está exposta a todo o tipo de informação e essa distração proporcionada a ela faz com que ela se esqueça um pouco de tudo o que está acontecendo naquele ambiente e fique um pouco mais feliz. Não só ela, mas esse trabalho pode ser feito com os familiares delas, que estão ali o tempo todo com todas as preocupações... E tudo isso gera um cansaço interior muito grande a eles.

 

Sei que você apresentou a peça “O rato” no hospital, a mesma que você apresentou no projeto Quinta Cultural no mês passado. O que te motivou a fazer esta apresentação?

Bom, quando recebi o convite, aceitei na hora. Lógico que eu ainda tinha que falar com o pessoal do grupo, mas a minha resposta foi imediata. O que me motivou foi realmente a questão de poder proporcionar àquelas crianças um pouco de descontração e assim fazer com que elas possam de alguma forma, ter um momento onde se sintam bem e felizes no hospital.

 

Qual foi a reação das crianças?

A reação delas foi muito boa, tão boa que elas seguiam a gente em todos os quartos para ver novamente.

 

O que te marcou nesta apresentação?

Um momento marcante pra mim foi o momento em que fomos apresentar para uma menininha que não queria de jeito nenhum ver o rato, pelo fato de estar enjoadinha e estar com dor. Ela chorava e não queria sair do quarto, então fomos até a ela para fazê-la se distrair. E por alguns segundos ela olhava pra gente, parava de chorar e chorava novamente. Mas me marcou porque dois dias depois eu fiquei sabendo que ela tinha falecido e me doeu muito, mas me deu a sensação de missão cumprida, aonde antes de ir, tive a oportunidade de dar a ela um pouquinho de alegria.

 

Agora que você está vivenciando esta realidade, na sua concepção, o que a pedagogia hospitalar pode oferecer ao aluno que se encontra internado?

Acredito que a pedagogia hospitalar pode ajuda, e muito, na cura de uma criança. Principalmente com a parte da escuta pedagógica, onde o pedagogo pode proporcionar momentos que façam com que a criança expresse tudo o que está sentindo, seja através de contação de histórias ou através de brincadeiras, mas trabalhando a parte emocional dela, partindo da ideia de que não precisa ser um psicólogo para ouvir essas crianças, só precisa ser humanizado. Por isso acho o trabalho do pedagogo tão importante no ambiente hospitalar.

 

O que você diria aos alunos do curso, que não participam deste GEI por medo ou por não se sentirem seguros em lidar com uma criança internada?

Digo a eles que façam, pois acredito que a pedagogia hospitalar pode acrescentar muito, não só para a questão profissional, como para a questão da vida pessoal. Como foi dito acima, ás vezes achamos que temos um problema, mas quando entramos naquele ambiente interagimos com as crianças, seus problemas ficam muito pequenos diante de todos os problemas enfrentados por elas, que mesmo assim, não perdem a alegria de viver.

 

 

Podemos ver como é importante e significativo para as crianças e seus familiares, este trabalho desenvolvido pelos alunos do nosso curso. Quantas crianças como esta que a Thais citou, podem ter o seu ultimo momento de alegria e distração se cada um de nós dedicarmos um pouquinho do nosso tempo á elas, a fazer o bem ao próximo.